Flamengo pode ser campeão brasileiro neste domingo contra o Atlético-MG, se Palmeiras não vencer o Grêmio

O Flamengo pode ser campeão brasileiro já neste domingo, 23 de novembro de 2025 — e não precisa nem esperar a última rodada. Tudo depende de um único resultado: vitória contra o Atlético-MG no Mineirão, em Belo Horizonte, e, ao mesmo tempo, que o Palmeiras não vença o Grêmio no Monumental, em Porto Alegre. É isso. Nada mais. Nada menos. Se isso acontecer, o título vem para o Rio de Janeiro com quatro rodadas ainda por jogar. O futebol, às vezes, é assim: simples, cruel e lindo.

Matemática pura, emoção pura

O Flamengo tem 74 pontos em 35 jogos: 22 vitórias, 8 empates, 5 derrotas. Saldo de 50 gols. O Palmeiras está com 70 — e só pode chegar a 76 se vencer as três últimas partidas. Mas se o Flamengo vencer o Atlético-MG, chega a 77. E se o Palmeiras não vencer o Grêmio? Ele fica em 73, no máximo. E com apenas duas rodadas restantes, não dá mais para alcançar. É matemática. É lógica. É o que os técnicos chamam de "chegar ao ponto de não retorno". O técnico Filipe Luís, ex-lateral do Barcelona e agora comandante do Rubro-Negro, sabe disso melhor que ninguém. Ele já viveu isso como jogador. Agora, quer viver como treinador.

Atlético-MG: o obstáculo que pode virar herói

O Atlético-MG não está brigando pelo título. Está em oitavo, com 45 pontos. Mas isso não significa que vai jogar de braços cruzados. Pelo contrário. Depois da eliminação na Copa Sul-Americana, nos pênaltis, contra o Independiente del Valle, a torcida exige sangue. E o técnico Mano Menezes, aos 63 anos, sabe que uma vitória aqui não só acalma a torcida como pode ser o golpe de misericórdia no rival. O Mineirão vai lotar. Não só por amor ao Galo — mas por ódio ao Flamengo? Talvez. O clima é de guerra. E o atacante Arrascaeta, com 18 gols na temporada, é o principal risco para o time mineiro. Ele não precisa de muita coisa para fazer a diferença.

Palmeiras sob pressão — e o Grêmio no papel de palhaço

O Palmeiras não pode perder. Mas também não pode vencer. É um paradoxo. O técnico Abel Ferreira, campeão duas vezes seguidas com a equipe, sabe que o peso da história está sobre seus ombros. O Palmeiras tem 12 títulos. Quer o 13º. Mas o caminho passa por um adversário que, por enquanto, não tem nada a perder: o Grêmio. O time gaúcho, com 36 pontos e na 12ª posição, tem tudo para jogar livre. O técnico Renato Gaúcho, aos 65 anos, já foi campeão com o Grêmio e com o Flamengo. Hoje, pode ser o homem que decide o campeonato sem nem sequer entrar na final. É o futebol. O mais imprevisível dos esportes.

Quem mais está em jogo?

Enquanto o título se decide entre dois gigantes, o rebaixamento vive seu drama. O Juventude, com 26 pontos, vive na zona de rebaixamento, e o Sport está em último, com apenas 17 — um número que parece absurdo para um clube com sua história. Mas o Vitória deu um alento: saiu do Z-4 com uma vitória recente. Ainda tem chances. Mas a luta é de vida ou morte. Enquanto isso, o Cruzeiro, com 68 pontos, ainda sonha com a vice-liderança — e o artilheiro Kaio Jorge, com 21 gols, é o principal nome da competição. Ele não vai ganhar o título, mas vai ganhar o respeito de todo o Brasil.

Um título que vale mais que pontos

Quem vencer o Brasileirão 2025 leva R$ 82,5 milhões em prêmio da CBF. Mas o valor real? Cerca de R$ 150 milhões, com direitos de transmissão, patrocínios e venda de camisas. Isso é dinheiro para renovar o elenco, pagar dívidas, construir estruturas. E para o Flamengo? É a chance de fechar o ano como campeão, depois de um 2024 marcado por frustrações. O título seria o sétimo da história — e o segundo consecutivo. O último foi em 2020. Desde então, a torcida viveu o caos da pandemia, a crise financeira e o fim da era Gabigol. Agora, com Arrascaeta liderando o ataque e um time mais equilibrado, o momento parece perfeito.

O que vem depois?

Se o título não vier neste domingo, o Flamengo ainda tem o Mirassol, o Red Bull Bragantino e o São Paulo pela frente. O Palmeiras enfrenta Fortaleza, Internacional e o próprio Flamengo na última rodada — uma final antecipada. Mas se o Rubro-Negro vencer em Belo Horizonte e o Palmeiras empatar ou perder em Porto Alegre, o campeonato termina ali. Sem necessidade de mais jogos. Sem suspense. Sem drama. Apenas celebração. E talvez, um silêncio enorme no Estádio do Palestra Itália. Porque, às vezes, o maior inimigo não é o adversário. É a própria matemática.