IFSULDEMINAS e IFMG entre finalistas do 15º Prêmio Rubens Murillo Marques

out, 10 2025

Quando Fundação Carlos Chagas divulgou, na manhã de 19 de agosto de 2025, a lista de finalistas da 15ª Edição do Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, o meio acadêmico brasileiro ficou em polvorosa. A premiação, criada em 2011, tem como meta valorizar experiências formativas que preparam o futuro professor da educação básica. A cerimônia será transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da própria Fundação no dia 28 de novembro, às 10h, e entregará R$ 30 mil a cada um dos três projetos vencedores.

Contexto e histórico do Prêmio

Ao longo dos últimos 15 anos, o prêmio já reconheceu mais de 40 iniciativas que vão desde projetos de alfabetização até laboratórios de ciências. Cada edição reflete, em micro, as demandas nacionais de formação docente, como a necessidade de integrar tecnologias digitais ou de repensar a prática de Educação Física nas escolas. Em 2024, por exemplo, a 14ª edição destacou um programa de aprendizagem baseada em projetos para escolas rurais, sinalizando que a missão do prêmio evolui junto ao currículo nacional.

Critérios de seleção e duas etapas rigorosas

A primeira fase contou com a Comissão de Especialistas, que recebeu 312 inscrições até 9 de junho de 2025. Cada proposta foi analisada por dois pareceristas que ponderaram cinco critérios: aderência ao objetivo do prêmio, consistência dos procedimentos didáticos, clareza da avaliação, contribuição para a aprendizagem da docência e qualidade da escrita. Apenas as propostas que obtiveram dois pareceres positivos avançaram para a segunda etapa.

Na segunda fase, o Comitê Executivo fez a chamada final, selecionando 10 semifinalistas que, depois de nova avaliação, foram reduzidos a 7 finalistas. Essa filtragem rigorosa garante que o reconhecimento chegue a projetos realmente impactantes e sustentáveis.

Projetos finalistas em destaque

Um dos projetos mais comentados vem do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, campus Muzambinho. Coordenado pelo Professor Arnaldo, a iniciativa propõe uma abordagem interdisciplinar da Educação Física, integrando linguagem corporal, cultura local e assessment formativo. "Estar entre os dez finalistas representa reconhecimento público de um percurso coletivo que enfrenta o desafio nacional de tratar a Educação Física como linguagem fundamentada", declarou Arnaldo em entrevista exclusiva.

Outro finalista vem do Instituto Federal de Minas Gerais, campus Ouro Preto. O projeto, liderado por docentes de Pedagogia, desenvolve módulos de aprendizagem ativa para licenciandos de História, com foco em metodologias de museologia. Segundo a coordenadora do curso, "a proposta cria pontes entre o patrimônio histórico da cidade e a prática docente, tornando o aprendizado mais contextualizado".

O terceiro destaque pertence à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O professor premiado conduziu, durante seu mestrado, um projeto de extensão que oferece oficinas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) a comunidades rurais. O programa, com duração de cinco anos, já formou mais de 200 professores que, hoje, atuam em escolas públicas de todo o interior baiano.

Reações e declarações dos envolvidos

Além de Arnaldo, representantes de cada instituição destacaram a importância do apoio institucional. O diretor de Extensão do IFSULDEMINAS agradeceu ao GEPROFEF e às secretarias de educação municipais pela parceria. Já a reitora da Uesb enfatizou que "a extensão universitária tem o poder de transformar realidades, e este prêmio reforça a necessidade de investir em programas que alcancem adultos fora da escola tradicional".

A Fundação, por sua vez, ressaltou que a divulgação dos projetos finalistas acontecerá na série Textos FCC, publicação que, desde 1989, reúne pesquisas do Departamento de Pesquisas Educacionais. "Queremos que essas experiências cheguem a todos os cantos do país, inspirando novas iniciativas", afirmou a diretora de Comunicação da FCC.

Impacto esperado para a formação docente brasileira

Especialistas em política educacional avaliam que o prêmio tem um efeito multiplicador: ao reconhecer boas práticas, ele incentiva outras instituições a replicar estratégias bem‑sucedidas. A professora Ana Lúcia, do Programa de Pós‑Graduação em Educação da USP, destaca que "o reconhecimento nacional cria um referencial de qualidade que pode ser usado como base para políticas de formação continuada".

Além disso, o aporte financeiro de R$ 30 mil para cada vencedor pode viabilizar a expansão dos projetos, seja para comprar equipamentos de laboratório, desenvolver material didático ou financiar estágios de prática docente.

Próximos passos e detalhes da cerimônia

A transmissão ao vivo será feita pelo canal do YouTube da Fundação, com link disponível na página oficial do prêmio. No evento, além da entrega dos prêmios, haverá mesas‑redondas sobre inovação pedagógica e networking entre docentes de todo o país. A data de 28 de novembro foi escolhida para coincidir com o calendário de provas do ENEM, garantindo maior visibilidade entre os futuros professores.

Os três vencedores serão anunciados durante a transmissão, mas já se sabe que os projetos finalistas terão destaque nas publicações da FCC ao longo de 2026, amplificando ainda mais o alcance das suas práticas.