Globoplay comemora 10 anos como líder de streaming no Brasil com 30 milhões de usuários
out, 30 2025
Em um dia marcado por balões azuis, bolo de aniversário e o rosto de Sabrina Sato saindo de uma torta gigante, o Globoplay completou dez anos de existência não como uma simples plataforma de reprise, mas como o maior serviço de streaming do Brasil — com 30 milhões de usuários ativos por mês e mais de 4 bilhões de horas consumidas nos últimos 12 meses. A celebração, realizada na sede do Grupo Globo em São Paulo no dia 29 de outubro de 2025, foi mais que um evento de comemoração: foi um manifesto de força. A diretora executiva Julia Rueff, ao lado do diretor financeiro Manuel Belmar e da diretora de canais da Globo Tatiana Costa, apresentou números que não só impressionam, mas redefinem o mercado brasileiro de entretenimento digital.
Do catch-up ao gigante: a evolução que ninguém previu
Quando o Globoplay foi lançado em 2015, era visto como um complemento — algo para quem perdia a novela da noite anterior. Hoje, é o centro da experiência de TV dos brasileiros. O que mudou? A estratégia. Em vez de tentar competir com a Netflix ou Amazon Prime só com séries internacionais, o Globoplay apostou no que os brasileiros já amavam: telenovelas, futebol, festivais de música e reality shows. E fez isso de forma inteligente: com um modelo freemium que combina conteúdo gratuito com assinaturas premium, e integração direta com os canais da TV linear. O resultado? 77% do consumo acontece em dispositivos conectados à TV — ou seja, os espectadores não estão no celular, estão no sofá, com a família, como se fosse a TV aberta dos anos 90, só que com controle total.Os números que não mentem
Os dados apresentados pela Kantar Ibope Media são chocantes: 2 horas e 9 minutos por dia, por usuário. Isso é mais do que a média de consumo de qualquer outro serviço de streaming no país. Em comparação, a Netflix registra cerca de 1h45min por dia no Brasil. O crescimento foi exponencial: 85% de aumento na receita com publicidade digital e 32% de expansão na base de assinantes. Tudo isso sem sacrificar a sustentabilidade — como enfatizou Julia Rueff: "Foi uma evolução consistente, comprometida com a solidez do negócio". O que mais surpreende? A audiência. A maioria ainda é composta por mulheres acima de 35 anos, mas a equipe já está em ação: novas produções, como a série "Juntas & Separadas" e o reality "Jogada de Risco", foram planejadas para atrair jovens e homens, especialmente fora do eixo Rio-São Paulo. A ideia é quebrar a bolha.Parcerias que movem o mercado: o papel da Claro
Ninguém conquista 30 milhões de usuários sozinho. A parceria com a Claro foi decisiva. Manuel Belmar explicou que, desde o fim de 2023, a operadora passou a incluir o Globoplay como parte dos pacotes de internet, criando um modelo de distribuição em larga escala. "Foi um passo de reinvenção", disse. "A Claro é parceira há 30 anos. E hoje, não vendemos apenas canais — vendemos experiência." Essa integração não só aumentou a base de usuários, mas também criou um novo fluxo de receita: o modelo "wholesale", onde a Globo cede o conteúdo para que a Claro o ofereça como benefício, e ambas compartilham os lucros com a publicidade. É uma estratégia que pode virar referência para outras empresas do setor.
Regulação e o futuro: a luta por igualdade
Enquanto o Globoplay cresce, o Congresso Nacional discute um marco regulatório para o streaming. A posição do Grupo Globo é clara: "Queremos um campo de jogo igual". Manuel Belmar destacou as assimetrias atuais: enquanto plataformas estrangeiras pagam menos impostos e não precisam investir em conteúdo nacional, o Globoplay enfrenta obrigações de produção local, taxas de Condecine e outras exigências. "Não pedimos privilégios. Pedimos equidade", afirmou. A expectativa é que a legislação seja aprovada até o fim de 2026. Se isso acontecer, o mercado pode se tornar mais justo — e mais saudável. Se não, o risco é que empresas estrangeiras continuem dominando o espaço, mesmo com menos compromisso com o público brasileiro.O que vem por aí: DTV+, novas produções e audiências novas
Para 2026, o plano é ambicioso. Além das estreias de "Juntas & Separadas" e "Jogada de Risco", o Globoplay vai lançar novas temporadas de "Pablo & Luisão" e "Os..." — séries que já viraram fenômenos de engajamento. Mas o grande movimento será a integração com a DTV+ (TV 3.0), a nova geração de televisão digital brasileira. Isso significa que, em breve, os espectadores poderão interagir com anúncios, acessar conteúdos extras e até votar em tempo real durante programas ao vivo — tudo dentro da mesma interface. A ideia é transformar a TV em uma experiência participativa, não apenas passiva. E, ao mesmo tempo, a equipe está investindo pesado em conteúdo regional: histórias do Nordeste, da Amazônia e do interior do Sul. "O Brasil é maior do que duas cidades", disse Tatiana Costa. "E queremos que todos se vejam na nossa tela."Frequently Asked Questions
Como o modelo freemium do Globoplay difere dos concorrentes?
Enquanto a Netflix e a Amazon exigem assinatura paga para tudo, o Globoplay oferece mais de 50% do seu catálogo — incluindo novelas, esportes e reality shows — gratuitamente com publicidade. Isso atrai usuários que não querem pagar, mas ainda assim consomem conteúdo de qualidade. A estratégia converte esses usuários em assinantes ao longo do tempo, especialmente quando eles querem acesso antecipado ou sem anúncios.
Por que 77% do consumo acontece em TV conectada?
Isso acontece porque o Globoplay foi projetado para ser a TV do futuro, não o celular. Ao integrar conteúdos ao vivo da Globo com programas sob demanda, ele se tornou a primeira escolha para famílias que querem assistir juntas. Além disso, a maioria dos aparelhos de TV no Brasil já é conectada, e o app do Globoplay é um dos mais fáceis de usar — sem complicações de login ou múltiplas contas.
Quais são os principais desafios para o Globoplay em 2026?
Expandir a audiência masculina e jovem, que ainda representam menos de 40% dos usuários, é o maior desafio. Além disso, a concorrência com plataformas internacionais que têm orçamentos maiores e menos obrigações regulatórias. A solução está em produzir conteúdos autênticos — como séries sobre o futebol de várzea ou documentários sobre comunidades ribeirinhas — que ressoem com esses públicos, e não apenas copiar tendências globais.
O que a parceria com a Claro significa para o futuro do streaming no Brasil?
Ela prova que o futuro do streaming não é só individual, mas integrado. Ao embutir o Globoplay nos planos de internet, a Claro criou um novo modelo de distribuição que pode ser replicado por outras operadoras. Isso reduz a dependência de marketing direto e aumenta a penetração em regiões onde a compra de assinaturas é mais difícil — como o interior. É uma revolução silenciosa, mas poderosa.
A regulamentação do streaming no Congresso pode prejudicar o Globoplay?
Não — ao contrário. O Grupo Globo apoia a regulamentação porque quer igualdade de regras. Hoje, plataformas estrangeiras não precisam investir em conteúdo nacional nem pagar certos impostos que o Globoplay paga. Se a lei for aprovada com equidade, o serviço brasileiro ganha espaço. Se não for, o risco é que o mercado fique dominado por gigantes que não têm compromisso com a cultura local.
O que é a DTV+ e como ela vai mudar o Globoplay?
A DTV+ é a nova geração da TV digital brasileira, que permite interatividade, publicidade direcionada e acesso a conteúdos extras em tempo real. O Globoplay será a primeira plataforma a integrar totalmente essa tecnologia, permitindo, por exemplo, que o espectador veja estatísticas do jogo enquanto assiste ao futebol, ou que compre ingressos para um festival diretamente da tela. É o fim da TV passiva — e o começo da TV participativa.